A importância da Festa da Páscoa nos relatos da última ceia

A páscoa de Jesus inscrita em continuidade à Pessach judaica

Autores

  • Arthur Carvalho Moraes PUC/SP

DOI:

https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.TeoP.2763-9762.2022v2n4p166

Palavras-chave:

Pessach, Páscoa Cristã, Continuidade

Resumo

Este artigo tem como objetivo mostrar como a páscoa cristã foi elaborada e concebida pelos primeiros cristãos dentro do horizonte semântico e de significações da Páscoa Judaica. Ao fazer coincidir a ceia de despedida de Jesus com a noite da Festa da Páscoa, os Sinóticos apresentam a última ceia como um memorial definitivo da ação salvífica de Jesus operada na cruz (Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,15-20; 1Cor 11,23-26), tal como a Pessach judaica é memorial da ação libertadora de Deus em favor do povo escolhido (Ex 12,1-28). Por outro lado, o Evangelho de João, ao apresentar a morte de Jesus ocorrendo em dia anterior à Páscoa, almeja identificar o sacrifício de Jesus com o sacrifício do Cordeiro Pascal (Jo 1,36; 1Cor 5,7), imolados na mesma hora e dos quais não se quebram os ossos, de modo que todo o mistério salvífico de Jesus Cristo seja inscrito em linhas pascais. Com diferentes matizes teológicas, os Evangelhos tomam, portanto, das categorias pascais os significados mais fortes para interpretar a oblação salvífica de Jesus, de modo que só se entende todo o alcance teológico da morte e ressurreição de Cristo se inscrevê-las como um “mistério pascal”.

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Publicado

2022-12-28

Edição

Seção

Artigos